O isolamento social nos fez repensar absolutamente tudo, até mesmo a forma como vivenciamos algumas coisas fundamentais, como o tempo e o espaço. Essa nova rotina, de passar a maior parte dos dias dentro de casa, impactou nosso jeito de trabalhar, de nos divertir e de nos relacionar uns com os outros. Por consequência, também atingiu a maneira de nos expressarmos e de consumirmos produtos, conteúdo e a mídia.
Quanto tempo tem o tempo?
No quesito efeito psicológico, podemos observar um aumento do tédio e da ansiedade. As buscas pelo termo “entediado” tiveram um pico entre os dias 22 e 29 de março, em todo o mundo. Isso demonstra que as pessoas estão precisando buscar novas formas de se manter ocupadas, produtivas e tranquilas.
De acordo com o Google, “as pessoas estão procurando maneiras de criar estrutura e continuam se engajando nas atividades que as ajudam a se sentir normais.” Elas estão buscando termos relacionados a entretenimento, estabelecer rotinas de exercícios físicos e recriar o ambiente escolar.
Home office e a fronteira invisível
Quando falamos sobre trabalhar em casa, em um primeiro momento pode parecer ótimo, mas para algumas pessoas ficou mais difícil separar trabalho de lazer. Isso se deve a essa nova rotina, com uma mesmice sem fim, na qual os dias parecem todos iguais e que acaba atrapalhando na hora de fazer essa divisão.
Para tentar se adaptar, empresas e funcionários estão buscando maneiras de manter a produtividade e garantir que a dinâmica das suas equipes siga positiva neste cenário. Prova disso é que o termo “formação de equipes” teve um aumento de 9% nas buscas.
Nem só de pão vive o homem…mas de viagens virtuais também!
E pra quem quer se desconectar do trabalho e viajar? Infelizmente não podemos mais planejar nossas férias dos sonhos, pelo menos até os próximos meses. No entanto, para tentar driblar essa vontade (diria até necessidade) de conhecer novos lugares e culturas, tem muita gente pesquisando “maneiras virtuais de viajar”. O termo “virtual” já vinha crescendo desde janeiro, alcançando a marca de 500% de crescimento durante a quarentena.
Apesar que nem toda forma de se distrair do trabalho é viajando. Para algumas pessoas, basta tentar aprender uma nova habilidade. Muitos se aventuram na cozinha, como mostra por exemplo o crescimento das pesquisas “como fazer pão”. Para outros, ainda, é hora de colocar suas séries em dia: o interesse em buscas sobre a Netflix aumentou no horário do meio-dia às 18h.
Se cuida!
Durante o tempo que estão passando em casa, as pessoas têm se tornando cada vez mais conscientes de sua saúde física, emocional e mental, além de dedicar mais tempo aos pequenos rituais ligados aos cuidados pessoais.
As pessoas estão encontrando novas maneiras de cuidar de si mesmas e principalmente amenizar a ansiedade. As buscas pelo termo “headspace” (um aplicativo de meditação) aumentaram 4 vezes no começo de março. Agora elas incluem os termos “headspace para profissionais da saúde” e somam 100 vezes mais buscas.
Simultaneamente, estamos ansiosos para nos conectarmos com nossas comunidades. Essa necessidade de conexão é mais importante do que nunca.
O amor está no…app
Os aplicativos de namoro estão adicionando recursos de bate-papo por vídeo e voz para usuários que não podem mais se encontrar para tomar aquele drink. E agora que o namoro online é praticamente a única maneira de conhecer novas pessoas, o uso disparou. O OkCupid viu as correspondências aumentarem globalmente em 10% e as conversas crescerem 20% durante a crise, lideradas por países com os bloqueios mais rígidos.
Com os casais que já vivem juntos, existe um interesse emergente de pesquisa em “atividades de quarentena para casais” e “quarentena para casais”. Também houve picos nas pesquisas no YouTube por conteúdo de “quarentena com um parceiro”, que geralmente é usado com muita leveza (necessária) e humor. Por exemplo, se você realmente deseja testar seu relacionamento, peça ao seu parceiro para pintar o cabelo e compartilhá-lo com o mundo.
Estamos sozinhos juntos nessa!
Se tem uma coisa que também cresceu durante essa pandemia foi a empatia. Queremos nos conectar de alguma maneira com pessoas de outros países que também foram impactadas pela crise. Um sinal disso é a alta no interesse de busca por “como ajudar”. Já o termo “sozinhos juntos” cresceu 75% nas buscas desde janeiro, e “amor na quarentena” entrou nos trends em 13 de março.
Além disso, em mais um esforço para incentivar as pessoas a ficarem em casa, o YouTube se uniu a 900 dos maiores criadores da plataforma para promover as hashtags #StayHome #WithMe, aumentando as visualizações de vídeos com #WithMe no título em até 600%.
ANOTA AÍ:
Conforme o Google, “para ser o mais útil possível, agora e no futuro, todos precisaremos nos adaptar e ouvir atentamente o que os consumidores estão dizendo que querem e precisam. Afinal, nossa necessidade humana de conexão permanece constante.”
Somente o essencial
Para a grande maioria dos trabalhadores, o impacto causado pelo coronavírus afetou também (e principalmente) seus rendimentos. E mesmo aqueles que não tiveram a renda afetada, estão mais cautelosos quanto aos seus gastos, focando no que é essencial e deixando de lado o que pode ser considerado supérfluo.
Ao mesmo tempo, seus hábitos de consumo, principalmente quando se trata de mídia, estão mudando dramaticamente. As pessoas estão acompanhando de perto os orçamentos e priorizando as compras que os ajudaram a atender às suas necessidades (físicas e mentais) em casa.
Curiosidade: as pesquisas semanais de “teste gratuito” aumentaram mais de 30%.
Ao que parece o mundo inteiro está concentrado em diminuir gastos e economizar o que puder por conta da incerteza que o futuro nos traz. Por isso, outra característica desse novo comportamento é estar focado nas necessidades mais urgentes.
Família unida permanece unida, em casa, consumindo conteúdo
Com mais tempo disponível, as pessoas estão consumindo conteúdo a qualquer hora do dia e da noite. E como as pessoas passam mais tempo com sua família (aqui podemos considerar os indivíduos que moram na mesma casa), elas estão consumindo cada vez mais conteúdo juntas.
O interesse na pesquisa em “assistir juntos” aumentou mais de 4 vezes desde o início de janeiro. E o interesse na pesquisa em “filmes voltados para a família” aumentou 3 vezes desde o final de fevereiro.
O que os profissionais de marketing precisam saber:
Com todas essas mudanças, naturalmente as pessoas reorganizaram suas prioridades e estão mais cautelosas sobre como, quando, onde e por que consumir. Assim sendo, o marketing agora não se trata apenas de atender às necessidades do consumidor e passa a atender às necessidades do consumidor em casa.
Segundo Marie Gulin-Merle, vice-presidente global de marketing de anúncios do Google, enquanto eles trabalham nas mudanças do próprio marketing para atender às necessidades dos consumidores em casa, suas equipes têm feito sempre 3 perguntas:
- Como estamos ajudando os consumidores, à medida que as suas necessidades mudam?
- Como estamos nos ajustando a esse novo ciclo de consumo 24/7?
- Como estamos usando as novidades para ajudar os consumidores a acabar com o tédio?
Resumidamente, as marcas podem e devem mirar em ajudar as pessoas a encontrar maneiras de se expressar virtualmente ou mudar a conversa para o bem-estar interior.
Curtiu a matéria? Conta como sua marca está se adaptando a essas mudanças causadas pelo isolamento social aqui nos comentários!
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Fontes:
Google Trends, FR, DE, U.K., 3/1-20/3/2020.
Dados Internos do Google, Reino Unido, B2B Trending search queries, Comparação de dados ao longo de três dias, 24–26/3/2020 vs. 21—23/3/ 2020.
Google Trends, U.S., 3/1-13/3/2020.
Kantar Research, Global (CA, FR, DE, IT, JP, U.K., U.S.), March 19, 2020–March 21, 2020.
BCG Analysis, Global (CN, FR, IT, U.K., U.S.), March 17, 2020.