A Corrida do Milhão, de fãs
Todos tinham que estar no Facebook e tinha que ter muitos, milhares, milhões de fãs.
Em outubro de 2010 Guaraná Antártica lançou oficialmente a página no Brasil. Em menos de um ano, em agosto de 2011, foi a primeira fanpage a conquistar 1 milhão de fãs. Em seguida, cada empresa que cruzava a linha de chegada repetia o mesmo método e também erguia sua bandeira de vitória.
Algumas empresas foram além e aproveitaram a oportunidade para promover uma ação especial de relacionamento com seus fãs. O Burger King deu 1 milhão de whoppers quando atingiu essa marca. Bis, tatuou o nome de uma fã. A vanguarda dos lives, a Heineken publicou vídeos quase que instantâneos interagindo com seus fãs em mais um maravilhoso case.
A vitória de Guaraná não saciou sua sede e quis mais. Em 2012, voltou a bater o recorde, atingindo 5 milhões de seguidores. Em janeiro de 2013, quando dobrou a marca, descartou o verde tradicional e criou uma lata comemorativa azul para marcar o feito integrando o on-line e o off-line. Lembra?
Com a ascensão dos fãs veio a queda do alcance
Mais de 1 bilhão de pessoas e empresas aderiram ao Facebook e ganhar espaço no newsfeed ficou cada vez mais disputado.
Prezando pela ~experiência do usuário~, foi criado um ranking de prioridade, limitando a entrega de publicações de páginas.
Com isso, a quantidade de fãs não garantiria mais que seus posts fossem exibidos para todas aquelas pessoas que escolheram recebê-lo espontaneamente. Para isso acontecer, você precisaria comprar “alcance”.
Ao longo desses 10 anos houve uma importante mudança de pensamento e estratégia digital no Facebook, mas essa história acredito que você já saiba. Se não, leia o post sobre O arrependimento do Mark.
Seja 1.000, 10.000 ou 1 milhão, ainda existem páginas continuam replicando o método e festejando sozinhos com seus seguidores até hoje. Mas será que a rede se resume a isso?
O que esperar da próxima década
O Facebook não é mais só uma rede social que se limita a memes e número de fãs há muito tempo. Tampouco um canal exclusivo de SAC ou mais um veículo de mídia. Restringir sua estratégia digital a pequenas iniciativas isoladas e desconsiderar todos os novos features da plataforma é subutilizar todo o potencial dela.
Com o Facebook Live levou o relacionamento com o usuário a outro nível. Com o Canvas e Vídeos 360° deu o pontapé inicial em formatos imersão de conteúdo. O Facebook Stories possibilitou uma nova forma de linguagem.
Tomando como exemplo a AES Eletropaulo, se a partir da estratégia de conteúdo combinada com o SAC pelo Facebook Messenger já gerou uma redução de custos relevante ao diminuir o tráfego das lojas e call center, com a inteligência artificial dos bots já conseguimos imaginar uma economia ainda mais agressiva para as empresas.
Neste F8, a companhia anunciou o objetivo de desenvolver tecnologias que ajudarão todas as pessoas a construir uma comunidade global e estar ainda mais presente no cotidiano das pessoas unindo utilidades e experiências.
Está sendo investido em diversas tecnologias fundamentais nos próximos 10 anos, incluindo conectividade, inteligência artificial e realidade virtual e aumentada.
Em vez de procurar uma única solução de conectividade para todas as situações, o Facebook está investindo em uma estratégia estrutural – isso significa que tecnologias diferentes para casos diferentes serão desenvolvidas e utilizadas juntas para criar uma rede extensa e flexível.
Tudo isso te parece ambicioso demais? Então olhe para trás para não correr o risco de subestimá-lo de novo.